Di Ferrero, vocalista do NX Zero, ainda fala como adolescente. Tem um vocabulário repleto de gírias, cita a “galera” sem parar e mantém na voz um frescor que não denuncia as mais de mil vezes em que já subiu num palco para colocá-la à prova.
Apesar disso, sua vida já passou de um quarto de século. E boa parte desse tempo foi dedicada à banda, que acaba de lançar CD e DVD para comemorar uma década na estrada. Sim, parece que foi ontem que Di, mais os guitarristas Gee Rocha e Fi Ricardo, o baixista Caco Grandino e o baterista Dani Weskler, emplacaram nas rádios.Mas já se vão 10 anos desde que o NX Zero foi formado por uma molecada preocupada mesmo em tocar alto. Que nem imaginava que, algum tempo depois, seria a primeira banda independente a chegar ao topo do “Disk MTV”, antigo programa da MTV, e que isso renderia o contrato com uma grande gravadora. Pois é, mas tudo isso aconteceu e o quinteto se tornou talvez o maior expoente de uma geração que fez o Brasil viver uma nova onda de rock.
Agora, para marcar a data, Di e companhia lançaram o “Multishow Ao Vivo – NX Zero 10 anos”, CD e DVD que trazem o registro de um show gravado em São Paulo, no qual é possível constatar que o NX Zero é uma fábrica de hits. Sobre esse trabalho, Di deu a entrevista a seguir.
Estes 10 anos passaram voando?
Na verdade, para nós demorou tanto... (risos). A gente tem a sensação de que foi uma eternidade. Mas estamos vivendo nosso melhor momento.
Vocês estão ficando velhos demais pra isso?
(Risos) Isso é a coisa mais legal. Ficamos quatro anos e meio no independente e há cinco anos e meio começamos a tocar no rádio. Começamos como hobby, e sempre foi degrau a degrau. Estou com 26 anos e vejo que tem muita coisa pela frente. Quando olho para bandas que admiro, como Paralamas e Titãs, vejo que estamos só começando mesmo. Mas estou muito realizado de, com minha idade, fazer um show com uma estrutura legal, como sempre quis, de poder mostrar minha música pra galera.
Vocês já subiram no palco mais de mil vezes. De vez em quando rola de ficar com o saco cheio?
Pra te falar a real, tem dias que, como qualquer um, você está a fim de fazer nada. No show é mais difícil de acontecer, porque é muito legal. Mesmo quando estou o dia inteiro de saco cheio, sempre que subo no palco alguma coisa acontece, entro em êxtase, é a minha grande terapia. Pelo menos até hoje, não sei mais pra frente (risos). Mas tem dias que estou mais introspectivo, só que tem compromisso, preciso falar com a galera. Isso faz parte do nosso trabalho, atenção é o mínimo que você pode dar pra galera.
Quando um show é gravado para um DVD, com todo um esquema especial de câmeras e marcações, vocês têm alguma preparação específica?
É muito mais trabalho. Ficamos seis meses para produzir este DVD. Tem ensaio com câmera, coisa que a gente não está acostumado. A gente quer subir no palco e tocar. Às vezes, você faz uma coisa legal e, quando a câmera está filmando, não dá certo, pode não soar natural. Então, pra acostumar com esse clima, teve uma preparação especial. Mas pra falar a verdade, na primeira música do show eu estava muito nervoso. Passou um filme gigante na minha cabeça. Ia ficar tudo registrado, não era um show qualquer. Mas deu tudo muito certo e acabei entrando em êxtase como em qualquer outro show.
Deve dar um trabalhão pra decidir que músicas vão entrar num trabalho desse tipo. Como vocês escolheram o repertório?
É verdade. É um problema bom que a gente teve. Brigamos por causa disso (risos). Discutimos muito. Me lembro de uma vez que a galera do Capital (Inicial) disse que iria chegar uma hora em que a gente brigaria por causa do set list. Foi o que aconteceu. Colocamos, claro, as músicas que fizeram sucesso e marcaram várias fases da banda. Mas não poderíamos deixar de lado o CD independente, porque tem gente que nos acompanha desde o começo. Hoje nossa maior conquista é levar pro show vários tipos de público diferentes. Tem quem gosta das músicas mais pesadas, tem os que gostam do “Projeto Paralelo”, que fizemos com o rap, tem a galera que vai ouvir baladas. Tivemos a ajuda do Rick (Bonadio, produtor) e fizemos uma dosagem. Tivemos que tirar muita música, mas não adiantou, porque a galera pediu e no final tivemos que tocar.
E como foi o critério pra escolher quem faria as participações especiais?
Nosso disco anterior a este foi o “Projeto Paralelo”, que teve 25 participações de rappers que cantam releituras das músicas do NX e algumas inéditas. Não fizemos esse disco ao vivo. Então resolvemos escolher pra este show aquelas que funcionavam mais ao vivo. Por isso, chamamos o Emicida, a Negra Li, o Rappin Hood, o Túlio Dek.
Dez anos depois do início da banda, como está a vida de vocês? É muito difícil ir ao supermercado ou ao shopping?
A gente aprendeu a lidar com isso. A cada dia que passa, parece que mais gente nos conhece. A gente vê os fãs que cresceram com a gente trabalhando, se formando, até uma galera mais velha. Acaba sendo mais difícil sair, às vezes é melhor ficar em casa. Tem lugar que, dependendo do dia e da hora, na dá pra ir mesmo. Mas é uma coisa muito legal encontrar a pessoa na rua, trocar uma ideia e ela falar que uma música fez a diferença na vida dela. Tem dias que saio até esperando isso, que não estou tão bem e alguém me deixa tão feliz que paro de reclamar da vida.
Fazer um show inteiro só com hits não é fácil pra uma banda de rock brasileira, principalmente das gerações mais novas. Por outro lado, deve rolar uma ansiedade de ter que continuar fazendo sucesso. Fale sobre isso.
Isso é verdade. O Brasil musicalmente vive de fases. E agora realmente não é uma fase boa pro rock. A gente conseguir sobreviver, tocar juntos, colocar nossas músicas no rádio, é muito legal. A gente não se preocupa se será sucesso, porque senão fica louco. Mas uma noção a gente tem e nunca paramos de correr atrás de divulgar o som, de pensar em coisas diferentes, de nos renovar. O futuro pros artistas é uma peneira de ano a ano. Cada vez menos as pessoas têm uma carreira longa. Da nossa geração mesmo, já vi várias bandas sumirem. Então a gente tem que continuar estudando, porque a única música que não sai de moda é a boa.
Vocês vão sair em turnê com o mesmo show do DVD?
Vamos levar cenário, set list e tudo o mais para o Brasil inteiro. E, quando der, vamos levar até as participações especiais.
Apesar disso, sua vida já passou de um quarto de século. E boa parte desse tempo foi dedicada à banda, que acaba de lançar CD e DVD para comemorar uma década na estrada. Sim, parece que foi ontem que Di, mais os guitarristas Gee Rocha e Fi Ricardo, o baixista Caco Grandino e o baterista Dani Weskler, emplacaram nas rádios.Mas já se vão 10 anos desde que o NX Zero foi formado por uma molecada preocupada mesmo em tocar alto. Que nem imaginava que, algum tempo depois, seria a primeira banda independente a chegar ao topo do “Disk MTV”, antigo programa da MTV, e que isso renderia o contrato com uma grande gravadora. Pois é, mas tudo isso aconteceu e o quinteto se tornou talvez o maior expoente de uma geração que fez o Brasil viver uma nova onda de rock.
Agora, para marcar a data, Di e companhia lançaram o “Multishow Ao Vivo – NX Zero 10 anos”, CD e DVD que trazem o registro de um show gravado em São Paulo, no qual é possível constatar que o NX Zero é uma fábrica de hits. Sobre esse trabalho, Di deu a entrevista a seguir.
Estes 10 anos passaram voando?
Na verdade, para nós demorou tanto... (risos). A gente tem a sensação de que foi uma eternidade. Mas estamos vivendo nosso melhor momento.
Vocês estão ficando velhos demais pra isso?
(Risos) Isso é a coisa mais legal. Ficamos quatro anos e meio no independente e há cinco anos e meio começamos a tocar no rádio. Começamos como hobby, e sempre foi degrau a degrau. Estou com 26 anos e vejo que tem muita coisa pela frente. Quando olho para bandas que admiro, como Paralamas e Titãs, vejo que estamos só começando mesmo. Mas estou muito realizado de, com minha idade, fazer um show com uma estrutura legal, como sempre quis, de poder mostrar minha música pra galera.
Vocês já subiram no palco mais de mil vezes. De vez em quando rola de ficar com o saco cheio?
Pra te falar a real, tem dias que, como qualquer um, você está a fim de fazer nada. No show é mais difícil de acontecer, porque é muito legal. Mesmo quando estou o dia inteiro de saco cheio, sempre que subo no palco alguma coisa acontece, entro em êxtase, é a minha grande terapia. Pelo menos até hoje, não sei mais pra frente (risos). Mas tem dias que estou mais introspectivo, só que tem compromisso, preciso falar com a galera. Isso faz parte do nosso trabalho, atenção é o mínimo que você pode dar pra galera.
Quando um show é gravado para um DVD, com todo um esquema especial de câmeras e marcações, vocês têm alguma preparação específica?
É muito mais trabalho. Ficamos seis meses para produzir este DVD. Tem ensaio com câmera, coisa que a gente não está acostumado. A gente quer subir no palco e tocar. Às vezes, você faz uma coisa legal e, quando a câmera está filmando, não dá certo, pode não soar natural. Então, pra acostumar com esse clima, teve uma preparação especial. Mas pra falar a verdade, na primeira música do show eu estava muito nervoso. Passou um filme gigante na minha cabeça. Ia ficar tudo registrado, não era um show qualquer. Mas deu tudo muito certo e acabei entrando em êxtase como em qualquer outro show.
Deve dar um trabalhão pra decidir que músicas vão entrar num trabalho desse tipo. Como vocês escolheram o repertório?
É verdade. É um problema bom que a gente teve. Brigamos por causa disso (risos). Discutimos muito. Me lembro de uma vez que a galera do Capital (Inicial) disse que iria chegar uma hora em que a gente brigaria por causa do set list. Foi o que aconteceu. Colocamos, claro, as músicas que fizeram sucesso e marcaram várias fases da banda. Mas não poderíamos deixar de lado o CD independente, porque tem gente que nos acompanha desde o começo. Hoje nossa maior conquista é levar pro show vários tipos de público diferentes. Tem quem gosta das músicas mais pesadas, tem os que gostam do “Projeto Paralelo”, que fizemos com o rap, tem a galera que vai ouvir baladas. Tivemos a ajuda do Rick (Bonadio, produtor) e fizemos uma dosagem. Tivemos que tirar muita música, mas não adiantou, porque a galera pediu e no final tivemos que tocar.
E como foi o critério pra escolher quem faria as participações especiais?
Nosso disco anterior a este foi o “Projeto Paralelo”, que teve 25 participações de rappers que cantam releituras das músicas do NX e algumas inéditas. Não fizemos esse disco ao vivo. Então resolvemos escolher pra este show aquelas que funcionavam mais ao vivo. Por isso, chamamos o Emicida, a Negra Li, o Rappin Hood, o Túlio Dek.
Dez anos depois do início da banda, como está a vida de vocês? É muito difícil ir ao supermercado ou ao shopping?
A gente aprendeu a lidar com isso. A cada dia que passa, parece que mais gente nos conhece. A gente vê os fãs que cresceram com a gente trabalhando, se formando, até uma galera mais velha. Acaba sendo mais difícil sair, às vezes é melhor ficar em casa. Tem lugar que, dependendo do dia e da hora, na dá pra ir mesmo. Mas é uma coisa muito legal encontrar a pessoa na rua, trocar uma ideia e ela falar que uma música fez a diferença na vida dela. Tem dias que saio até esperando isso, que não estou tão bem e alguém me deixa tão feliz que paro de reclamar da vida.
Fazer um show inteiro só com hits não é fácil pra uma banda de rock brasileira, principalmente das gerações mais novas. Por outro lado, deve rolar uma ansiedade de ter que continuar fazendo sucesso. Fale sobre isso.
Isso é verdade. O Brasil musicalmente vive de fases. E agora realmente não é uma fase boa pro rock. A gente conseguir sobreviver, tocar juntos, colocar nossas músicas no rádio, é muito legal. A gente não se preocupa se será sucesso, porque senão fica louco. Mas uma noção a gente tem e nunca paramos de correr atrás de divulgar o som, de pensar em coisas diferentes, de nos renovar. O futuro pros artistas é uma peneira de ano a ano. Cada vez menos as pessoas têm uma carreira longa. Da nossa geração mesmo, já vi várias bandas sumirem. Então a gente tem que continuar estudando, porque a única música que não sai de moda é a boa.
Vocês vão sair em turnê com o mesmo show do DVD?
Vamos levar cenário, set list e tudo o mais para o Brasil inteiro. E, quando der, vamos levar até as participações especiais.
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