O Nx Zero nunca negou as próprias raízes. Mesmo criticados e ridicularizados como pioneiros do "movimento emo" no Brasil - responsabilidade que eles garantem nunca ter assumido - Di Ferrero (vocal), Gee Rocha (guitarra), Daniel Weksler (bateria), Caco Grandino (baixo) e Fi Duarte (guitarra) não tiveram vergonha de assumir as influências de pop punk e hardcore melódico, e há mais de dez anos buscam construir a identidade própria do pop rock que os popularizou.
Neste mês chega às lojas Em Comum, o quarto álbum da banda desde a estreia por uma grande gravadora, no momento em que o grupo se sente mais confortável em ser exatamente o que é.
"O jeito que esse disco veio foi tão natural, tão bom, tão simples, e isso resume o nosso clima agora", explica o vocalista e letrista Di Ferrero, paulistano nato, e atual residente no Rio de Janeiro.
"Durante a composição do disco, eu travei por um mês, porque tava tudo tranquilo, tudo bem. Pela primeira vez neste disco, eu imaginei a situação e escrevi a letra depois, como uma mãe que tira as rodinhas da bicicleta para a criança aprender a andar sozinha", filosofa.
Di adotou o Rio como morada para ficar mais perto da namorada, a atriz Mariana Rios, e a vista para o mar o inspirou a buscar novas influências nas letras; Zeca Pagodinho e Barão Vermelho são citados logo nos primeiros compassos da faixa de abertura do disco, o rock à la Foo Fighters Sem Hora Pra Voltar.
Nas doze faixas de Em Comum, todas as marcas registradas da banda estão presentes: as letras de amor, as vocalizações "uô-uô", as linhas de guitarras bem arranjadas e os refrões grudentos. Mas mesmo nos momentos mais tensos do álbum, como a pesada Guerra e Paz, a banda soa mais leve, solta e bem-humorada. Seria a maturidade se aproximando, após o aniversário de dez anos da banda?
Na entrevista a seguir, a banda disseca o novo álbum, as novas influências, e deixa claro o desejo de permanecer entre os grandes por muito tempo. Orgulhosos da própria trajetória, os cinco integrantes do Nx Zero demonstram estar felizes em serem quem são, e asseguram que não pretendem mudar para agradar quem insiste em não ouvir o que eles têm a dizer.
trilha.
Virgula Música - E nessa busca pela identidade musical, como o Nx Zero lida com as críticas, com o preconceito contra o trabalho de vocês?
Gee Rocha: Hoje, graças a Deus, é muito mais tranquilo. Tudo que é novidade às vezes soa estranho, e chegaram bandas novas que estão sofrendo até mais que a gente com essas coisas. É muito ruim quando alguém deixa de ouvir o seu som porque botaram um rótulo em você, sendo que a gente nunca falou nada sobre ser emo ou não. Eu acho que isso é uma p**a falta de personalidade de todo mundo que não quer se informar, que apenas quer julgar uma banda, ou ter um preconceito e não sabe o que fala.
Di Ferrero: Depois de ouvir nossa música nova, muita gente fala "ah, agora sim"... Escuta lá atrás, é a mesma coisa! Nem ouviu o que tinha antes.
Daniel Weksler: Teve muita gente que não nos respeitava, que também não gostava, e ficou quieto esperando a hora certa de ver alguma coisa. Eu tenho amigos da minha idade que respeitavam mas não se identificavam, e que agora dizem que chegou a hora de gostar da banda.
Gee Rocha: Ao longo dos anos a galera foi vendo que a gente prioriza a música além de tudo que o pessoal vê de imagem.
Di Ferrero: É legal olhar pra trás e ver que uma galera engoliu, e hoje vem elogiar. Todas as bandas tiveram o tempo da provação, e quem consegue passar é quem consegue perdurar.
Virgula Música - Em Comum é o disco definitivo do Nx Zero?
Fi Duarte: É, até o próximo (risos).
Gee Rocha: Eu não sei se foi a gente que mudou, se depois de dez anos a gente quis fazer um outro tipo de som. Três anos depois do Sete Chaves [terceiro álbum da banda, de 2009] cada um gosta de um tipo de som, o que acabou criando uma personalidade para o som, para cada instrumento, e isso fortaleceu na hora de criar este disco. Acredito que daqui a uns dois ou três discos a gente chegue lá. Vamos sempre mudando, se renovando. É bom se reinventar.
Neste mês chega às lojas Em Comum, o quarto álbum da banda desde a estreia por uma grande gravadora, no momento em que o grupo se sente mais confortável em ser exatamente o que é.
"O jeito que esse disco veio foi tão natural, tão bom, tão simples, e isso resume o nosso clima agora", explica o vocalista e letrista Di Ferrero, paulistano nato, e atual residente no Rio de Janeiro.
"Durante a composição do disco, eu travei por um mês, porque tava tudo tranquilo, tudo bem. Pela primeira vez neste disco, eu imaginei a situação e escrevi a letra depois, como uma mãe que tira as rodinhas da bicicleta para a criança aprender a andar sozinha", filosofa.
Di adotou o Rio como morada para ficar mais perto da namorada, a atriz Mariana Rios, e a vista para o mar o inspirou a buscar novas influências nas letras; Zeca Pagodinho e Barão Vermelho são citados logo nos primeiros compassos da faixa de abertura do disco, o rock à la Foo Fighters Sem Hora Pra Voltar.
Nas doze faixas de Em Comum, todas as marcas registradas da banda estão presentes: as letras de amor, as vocalizações "uô-uô", as linhas de guitarras bem arranjadas e os refrões grudentos. Mas mesmo nos momentos mais tensos do álbum, como a pesada Guerra e Paz, a banda soa mais leve, solta e bem-humorada. Seria a maturidade se aproximando, após o aniversário de dez anos da banda?
Na entrevista a seguir, a banda disseca o novo álbum, as novas influências, e deixa claro o desejo de permanecer entre os grandes por muito tempo. Orgulhosos da própria trajetória, os cinco integrantes do Nx Zero demonstram estar felizes em serem quem são, e asseguram que não pretendem mudar para agradar quem insiste em não ouvir o que eles têm a dizer.
trilha.
Virgula Música - E nessa busca pela identidade musical, como o Nx Zero lida com as críticas, com o preconceito contra o trabalho de vocês?
Gee Rocha: Hoje, graças a Deus, é muito mais tranquilo. Tudo que é novidade às vezes soa estranho, e chegaram bandas novas que estão sofrendo até mais que a gente com essas coisas. É muito ruim quando alguém deixa de ouvir o seu som porque botaram um rótulo em você, sendo que a gente nunca falou nada sobre ser emo ou não. Eu acho que isso é uma p**a falta de personalidade de todo mundo que não quer se informar, que apenas quer julgar uma banda, ou ter um preconceito e não sabe o que fala.
Di Ferrero: Depois de ouvir nossa música nova, muita gente fala "ah, agora sim"... Escuta lá atrás, é a mesma coisa! Nem ouviu o que tinha antes.
Daniel Weksler: Teve muita gente que não nos respeitava, que também não gostava, e ficou quieto esperando a hora certa de ver alguma coisa. Eu tenho amigos da minha idade que respeitavam mas não se identificavam, e que agora dizem que chegou a hora de gostar da banda.
Gee Rocha: Ao longo dos anos a galera foi vendo que a gente prioriza a música além de tudo que o pessoal vê de imagem.
Di Ferrero: É legal olhar pra trás e ver que uma galera engoliu, e hoje vem elogiar. Todas as bandas tiveram o tempo da provação, e quem consegue passar é quem consegue perdurar.
Virgula Música - Em Comum é o disco definitivo do Nx Zero?
Fi Duarte: É, até o próximo (risos).
Gee Rocha: Eu não sei se foi a gente que mudou, se depois de dez anos a gente quis fazer um outro tipo de som. Três anos depois do Sete Chaves [terceiro álbum da banda, de 2009] cada um gosta de um tipo de som, o que acabou criando uma personalidade para o som, para cada instrumento, e isso fortaleceu na hora de criar este disco. Acredito que daqui a uns dois ou três discos a gente chegue lá. Vamos sempre mudando, se renovando. É bom se reinventar.
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